Educação no Brasil: uma deficiência a ser superada

Educação no Brasil: uma deficiência a ser superada

 

Países que atualmente são considerados os melhores, destacam-se por possuir excelentes indicadores que servem como mecanismos para quantificar os níveis de eficiência. Um dos indicadores avaliados para essa finalidade é a questão da educação, pois a educação é um suporte vital para o desenvolvimento da nação.

 

Sabendo-se que a educação é um ponto vital para o desenvolvimento econômico e social, o Brasil ocupa o 55 lugar desempenho educacional (PISA)¹. Baseado nesse dado é evidente afirmar que a nação brasileira ocupa uma posição negativa entre os demais países avaliados, uma vez que, a política brasileira no que tange à educação, ano após ano tem sido sucateada, prova disso é a estagnação da educação, como evidência os resultados anteriores.

 

A posição do Brasil no PISA revela que o país tem inúmeras deficiências que necessitam ser superadas de maneira célere, como por exemplo, o déficit da alfabetização na idade certa, que de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2017)², 12, 8 milhões de brasileiros acima dos 15 anos – 8% da população dessa faixa etária – não são alfabetizados, isto é, 960.000 mil pessoas desconhecem os conhecimentos essências, como por exemplo, as quatro operações matemáticas e também o domínio básicos da língua portuguesa – ler e escrever.

 

Esse desfalque na educação não só se limita na educação básica, mas também permeia na educação no ensino superior, pois os alunos no final do curso – em ambas as modalidades de ensino, após serem submetidos a testes de conhecimentos dos assuntos abordados, estes, apresentam claramente o aproveitamento mínimo dos padrões estabelecidos, ou seja, há um grande número de pessoas “formadas” que não apresentam satisfatoriamente resultados significativos no dia a dia da aplicação dos conhecimentos “absorvidos” no período acadêmico.

 

A crise da educação também está ligada com a ausência de comprometimento dos agentes que deveriam cumprir com os seus deveres; O estado, a família tem falhado, quando estes negligenciam a educação dos sujeitos em desenvolvimento – crianças e adolescentes, não as ofertando o suporte essencial para formação de cidadãos críticos e atuantes.

 

A educação da criança e do adolescente vai muito além de ensiná-los a ler e escrever, é necessário que haja a inserção do pensamento crítico, da metodologia de formar agentes atuantes na sociedade, de torná-los protagonistas na infância, pois dessa maneira haverá de fato uma educação de qualidade.

 

Além disso, urge cobrar dos governos uma metodologia mais atualizada, que torne a educação atrativa, de maneira decodificada e mais acessível às classes marginalizadas, pois, é por meio da educação que é possível diminuir os índices da violência, do analfabetismo, do racismo, da ignorância social, ratificando assim o sábio provérbio africano que diz que, para educar uma criança, é preciso toda uma aldeia. Não se pode terceirizar a educação das crianças e adolescentes. Sobre isso, o papa Francisco é enfático: “Chegou a hora de os pais e as mães voltarem do seu exílio – porque se autoexilaram da Educação dos próprios filhos – e recuperem suas funções educativas, reaproximando-se de seus papeis insubstituíveis”.

 

Apesar de gratuita, a escola pública não consegue ser atraente para as crianças e adolescentes. Pois, atualmente, nota-se uma geração ném-ném, nem estudam e nem trabalham, e esta geração é acompanhada de graves retrocessos, pois sem educação não haverá futuro, porque anualmente essa ineficiência na educação tem gerado aos cofres públicos gastos no valor de R$: 27,5 bilhões, como mostra a Tabela 1. Isso sem mencionar no custo social e indireto. (FONTE:INEP/MEC/2015)³

 

Dessa maneira, a educação na América Latina, e especialmente no Brasil, tem muito que ser trabalhada, a fim de reverter os graves problemas que a ausência de educação de qualidade tem causado e, para isso, é necessário que haja um comprometimento de todos, inclusive do Estado, pois este tem maior influência na aprendizagem dos alunos. É inaceitável que a educação seja tratada de maneira superficial pela sociedade e pelo Estado. É preciso ofertar a oportunidade; A educação é a arma contra a violência, contra a o abismo social.

 

   

Escrito por:  Vítor Cardoso Alves.

CORIA Brasil.

 

Referências: